Estamos vivendo numa era onde as pessoas estão aprendendo cada vez mais baixar suas cabeça e seguir em frente, não falar o que pensa; não expressar os sentimentos, engolir a seco suas questões, dúvidas, devaneios. Ficamos cada vez mais prisioneiros de nossos pensamentos, cada um vive dentro de uma prisão construída por nos mesmos, feitas de questões, falta de liberdade de expressão e reforçado por uma sociedade cada vez mais superegoica. Temos medo de falar, tocar, olhar, questionar, indagar; devemos seguir os padrões que essa sociedade composta por nós mesmo estabeleceu. Estamos oprimidos, desconfiados, calejados, com medo de nos machucar, com medo de abrir as feridas, de não conseguir cicatrizar nossos machucados. Tudo isso é conseqüência de um discurso onde se deve conseguir o seus sonhos custe o que custar ou apenas conseguir alcança-lo, essa conseqüência tem suas conseqüências medo de mostrar quem somos realmente, ou no máximo esconder boa parte do que somos, e isso vai muito alem da Janela de Johari – para quem não sabe a Janela de Johari é uma forma de explicar as relações humanas/interpessoais – algo que acontece nos dias de hoje, mas de forma complexa, essa janela tem quatro subdivisões: a) Eu aberto, b) Eu fechado, c) Eu cego e d) Eu desconhecido. O eu aberto é aquela parte que conhecemos de nós mesmo e mostramos para os outros, o Eu fechado é o oposto, conhecemos, mas não mostramos, o Eu cego é aquilo que juramos de pés juntos que ninguém sabe, mas todo mundo sabe, e o Eu desconhecido, é aquilo que eu não sei, e muito menos os outros. A meu ver estamos com um grande problema entre o Eu aberto e o Eu fechado, estamos querendo fechar demais o nosso verdadeiro self. Motivo? Conseguir sobreviver nessa selva e tentar sair ileso. Com isso ficamos cada vez mais açoitados e bitolados, com medo de ser julgado, ou seja, tentamos esconder os nossos machucados, mas está tudo tão infectado que quanto mais abafarmos pior será, como mudar?
Não sei, uma delas é psicoterapia.
Não sei, uma delas é psicoterapia.
