16.3.08

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Ela sabia que não seria fácil, conseguir, perdoá-lo. Não conseguia compreender o porquê de suas atitudes.
Sentia saudades de suas atitudes.
Sentia saudades de tudo, inclusive das brigas e as horas de silêncio. Aquilo tudo mostrava o quanto estava viva, o quanto acordava para viver tudo aquilo, episódio atrás de episódio.
A vida passava diante dos seus olhos e ela só precisava de legendas, ela queria compreender tudo o que se passava em sua vida, entretanto quando tudo era traduzido, ela negava o que enxergava.
Ela sabia, vendo a chuva cair diante aos olhos, que ela era apenas uma pessoa dentro do turbilhão. Desejava o poder de parar a chuva, só para poder sair dali correndo, para os braços daquele homem tão cafajeste. Ela amava aquele homem cafajeste, mas ela odiava suas cafajestagem. Ela amava, e sabia que amava, aquele homem cafajeste, o que ela não sabia, era o gosto de viver sem elas.
Longe dali, vendo a mesma chuva cair.
Claudia olhava feliz a chuva, sentia a pureza da água caindo sobre a terra. O beijo de ontem à noite tinham sido muito mais do que beijos. Não recordava a última vez que acordará na cama de alguém. Os lençóis com estapas de navios era o motivo para ela rir de tudo o que tinha acontecido. O cheiro do amaciante com o suor estava impregnado no seu nariz, e ela estava gostando disso tudo.
Sorria, apenas sorria. As pessoas da sua casa sabiam que algo de muito novo tinha acontecido. Ela não costumava acordar cedo.
Ela não tinha acordado cedo, pelo contrário, ela não tinha dormido, ainda.
O frio, a chuva e seus pensamentos seriam os companheiros para sua tarde de sonhos.
Nem tão perto e nem tão distante dali.
Ele, apenas ouvia a chuva cair, naquele momento, o tempo lá fora era a última coisa que lhe interessava.
Ele não estava triste, mas também não estava feliz.
Sabia do que tinha feito e não se culpava. Ele precisava daquelas três doses de wisky barato, mas o que mais o incomodava, era saber que, ambas conheciam o seu lençol de navios.