1.6.07

::Pra onde vamos?::

Eu pensei que só fosse eu, mas estou cada vez mais certo que todo mundo está mais perdido do que filha da puta em dia dos pais. Nota-se na cara e ações de muitas pessoas, posso me incluir muito bem nessas pessoas, que elas não sabem o que querem. A insegurança de sair de um ponto confortável e migrar para um ponto desconhecido é um processo de luto muito complicado. O que escrevo, para um estudante de psicologia é muito obvio, sabemos desse processo, sabemos que é uma condição humana, não estar satisfeito. No calor almejamos o inverno, e vice versa, com fome queremos comer um cavalo, depois o arrependimento de ter comido um cavalo, se estamos com uma pessoa queremos outra, se estamos com outra queremos uma, entretanto, o que estou escrevendo aqui prepassa da condição humana de ser faltante, o que venho notando é que as pessoas, estão simplismente paralisadas com as consequencias de escolhas até então feitas com as melhores intenções. Uma música dos Engenheiros do Hawaii, A Revolta de Dândis, exemplifica muito bem o que venho percebendo e vivenciando.

Entre um rosto e um retrato, o real e o abstrato, entre a loucura e a lucidez, entre o uniforme e a nudez, entre o fim do mundo e o fim do mês, entre a verdade e o rock inglês, entre os outros e vocês.
Eu me sinto um estrangeiro, passageiro de algum trem, que não passa por aqui, que não passa de ilusão.
Entre mortos e feridos, entre gritos e gemidos, a mentira e a verdade, a solidão e a cidade, entre um copo e outro, da mesma bebida, entre tantos corpos, com a mesma ferida.
Eu me sinto um estrangeiro, passageiro de algum trem, que não passa por aqui, que não passa de ilusão.
Entre a crença e os fieis, entre os dedos e os aneis, entra ano e sai ano, sempre os mesmos planos.
Entre a minha boca e a tua, há tanto tempo, há tantos planos, mas eu nunca sei, pra onde vamos. Eu me sinto um estrangeiro, passageiro de algum trem, que não passa por aqui, que não passa de ilusão.