29.5.07

::Vilão da Malhação::


Volto a escrever sobre o mesmo tema, por alguns motivos: Primeiramente, não imagina que o post teria uma repercussão, tanto positiva quanto negativa. Vi a expressão de vilão da malhação na boca de muitas pessoas, o que me deixou muito feliz, afinal de contas, esse é apenas mais um jargão meu que caiu no populaxo, modéstia a parte. Segundo, cada dia que passa percebe-se que a teoria de não existir mocinho ou vilão, mas sim ponto de vista, está cada vez mais concretizada. Por exemplo, pegando o clássico exemplo do livro Dom Casmurro do Machado de Assis, que coloca a personagem Capitu como a vilã da história, mesmo nunca ninguém sabendo a versão dela, tanto que ninguém sabe de quem Ezequiel é realmente filho. O mesmo pode-se dizer das fabulas infantis, quem disse que a Bruxa da história é a Madrasta da Branca de Neve? A danada vivia com sete anões e ainda acaba com o príncipe e como fica a Madrasta? Viúva, pois o único homem que gostava dela, e mesmo assim dividia o amor com a filha, morre no inicio da história, é claro que ela vai confiar num espelho, mesmo ele anunciando que tinha uma outra mulher mais bonita do que ela no reino. Não satisfeito com os meus argumentos, ainda cito um filme, Crash – No limite, ganhador do Oscar de 2006 que retrata muito bem o lado positivo e negativo dos comportamentos humanos e quanto à situação do ambiente interfere na escolha do lado que você irá responder, se é pela via do anjinho ou do diabinho. Pelo o que venho percebendo o lado que você escolhe pouco importa; o que importa é a leitura que os outros fazem, afinal de contas todos nós somos dias mocinhos, dias vilões.
Pra encerrar esse post, coloco a letra de uma música da banda Cartolas intitulada nada mais nada menos do que Cara de Vilão. Nada mais propício:

Peço-te encarecidamente; uma carta ou um presente; pra eu seguir em frente; mas só depois; quero olhar de novo a sua cara; de vilão ou de canalha; outra coisa que valha; pra só depois; ver o meu sorriso encantador; peço-te um pouco de dinheiro; que dirá o meu espelho; quando me ví tão cheio de opiniões; chega de bobagem, pelo amor de Deus; me dá uma dosagem; pra próxima viagem, pra suportar; só pra eu dançar mais uma vez; mas não quer dizer; que eu nunca mais vou rir de tal situação; com cara de vilão.