23.1.08

::Solidão Urbana::


...então ele parou, acendeu seu cigarro e deu o primeiro gole de café preto. Os pensamentos corriam, a solta, em sua mente, não sabia aonde seus devaneios chegariam, entretanto, sabia que chegariam em algum lugar. Certamente naquele sofá que ele estava sentando, se questionando o que deveria fazer naquele dia insosso, sem sol, sem chuva, apenas com nuvens no céu.
As suas sobrancelhas era a única forma de comunicação com o mundo, oras reprovando o pensamento, oras duvidando, oras aprovando, oras não compreendendo ao certo o porque de tudo aquilo. Por que sim era muito pouco para os seus questionamentos matinais.
Levanta, após ter fumado todo o cigarro e bebido todo o café.
Tudo aquilo era pouco para sua ambição, mas ao mesmo tempo era o bastante por todas as suas conquistas.
Estava tranqüilo, porém inquieto. Então ele parou. Descobriu que dentro de suas ansiedades existiam ansiedades, queria preencher de alguma forma, algo que estivesse ao seu alcance.
Olhou pela janela e ali ficou.
E justamente nessa janela que o sustentava, ele percebe que naquele dia tão insosso, ele acordou para ser, apenas, mais um personagem, de algum quadro Hopperiano. Solidão urbana, realmente existe e ele sabia lidar bem com isso.
(Toca o telefone)
Alô...