
Automaticamente quando falamos em luto, somos lançados para os pensamentos referentes à morte, e porque seria ao contrário? Afinal de contas, só ouvimos essa palavra quando alguém perdeu um ente querido.
Um ente querido, essa é a chave que devemos selecionar para pensar sobre o luto.
Processar o luto é extremamente custoso, pois ficamos cara a cara com a situação mais nova que não poderíamos imaginar. Não somos treinados, ou pelo menos, não o suficiente, para conseguir localizar a travessia do luto.
Quando selecionamos a chave (ente querido) e colocamos em cheque para conseguir extrai dali as várias ramificações que essa palavra pode abrir, começamos a descobrir que todas as vias desembocam na mesma fonte. A angustia.
Podemos pensar, se a morte é a plenitude, o luto seria a noção de finitude instaurada em nós pela sociedade. Se estivermos permeados pelo campo da cultura (e estamos não tenha dúvida disso), caminhamos pelo raciocínio de que esse temor, pelo luto, é conseqüência de pequenas doses de “já vai passar” que recebemos ao longo de nossas vidas.
Crescemos ouvindo isso, nas suas maiores derivações, desde “Eu também não tenho tudo o que quero” até “assim é a vida”.
Aqui mora o grande engodo de ensinamento e da compreensão.
Aprendemos a lidar com o luto sempre pensando na substituição, e justamente por isso, entramos no engodo da angustia: o paradoxo. Ele é o grande vilão da vida.
Quando perdemos alguma coisa, sempre ficamos angustiados querendo achar, exemplo disso é a chave de casa, quem nunca perdeu e começou a girar a procura dela?
Quando estamos procurando, prestes a desistir, continuamos procurando? Ou pegamos a cópia?
Se escolhermos a cópia, postergamos a angustia naquele momento, provando assim que essa chave não tem tanta importância no contexto, afinal de contas, ela foi substituída, deixando o caminho livre para transitar.
Se continuarmos procurando, estamos sempre na angustia, fazendo a travessia da elaboração e certamente xingando o mundo ou a si mesmo, ou pior, xingando você e o mundo. Isso prova que o objeto perdido é de suma importância para a sua travessia, praticamente o barco que iria percorrer o caminho rumo ao destino esperado.
Falamos e concordamos com a chave, podemos aplicar isso para outras escalas?
Podemos né? Que tal relacionamentos amorosos?
Não! Muito fácil. Identificação na certa, entretanto, o proposto pelo post não é pega-los na primeira esquina.
É fazer pensar.
Pensar nessa substituição que sempre queremos fazer, o tal deslocamento libidinal do objeto de amor. Metaforizando, jogar fora o motor do barco e pegar o remo, quebrado. O problema não é porque pegamos o remo, pois o remo sempre está à disposição, o problema está quando olhamos para um lado, achamos um remo, olhamos para o outro. Remo. Quando não olhamos, é porque já estamos com o remo na mão. Está é a terceira chave do problema, a insistência de ficar surpreso/assustado quando nos deparamos com o remo na mão. Quebrado. Afinal de contas, somos sempre nós os vândalos que quebramos os remos, e como não somos tão inocentes e puros assim, sabemos que todo o vandalismo tem seu prazer e com isso vamos praticando, mas em coisas sem utilidade, como por exemplo: um remo.
Chegar à ilha da plenitude, rápido? Nem morto.
E o que faremos agora? Vamos quebrar tudo!
Um ente querido, essa é a chave que devemos selecionar para pensar sobre o luto.
Processar o luto é extremamente custoso, pois ficamos cara a cara com a situação mais nova que não poderíamos imaginar. Não somos treinados, ou pelo menos, não o suficiente, para conseguir localizar a travessia do luto.
Quando selecionamos a chave (ente querido) e colocamos em cheque para conseguir extrai dali as várias ramificações que essa palavra pode abrir, começamos a descobrir que todas as vias desembocam na mesma fonte. A angustia.
Podemos pensar, se a morte é a plenitude, o luto seria a noção de finitude instaurada em nós pela sociedade. Se estivermos permeados pelo campo da cultura (e estamos não tenha dúvida disso), caminhamos pelo raciocínio de que esse temor, pelo luto, é conseqüência de pequenas doses de “já vai passar” que recebemos ao longo de nossas vidas.
Crescemos ouvindo isso, nas suas maiores derivações, desde “Eu também não tenho tudo o que quero” até “assim é a vida”.
Aqui mora o grande engodo de ensinamento e da compreensão.
Aprendemos a lidar com o luto sempre pensando na substituição, e justamente por isso, entramos no engodo da angustia: o paradoxo. Ele é o grande vilão da vida.
Quando perdemos alguma coisa, sempre ficamos angustiados querendo achar, exemplo disso é a chave de casa, quem nunca perdeu e começou a girar a procura dela?
Quando estamos procurando, prestes a desistir, continuamos procurando? Ou pegamos a cópia?
Se escolhermos a cópia, postergamos a angustia naquele momento, provando assim que essa chave não tem tanta importância no contexto, afinal de contas, ela foi substituída, deixando o caminho livre para transitar.
Se continuarmos procurando, estamos sempre na angustia, fazendo a travessia da elaboração e certamente xingando o mundo ou a si mesmo, ou pior, xingando você e o mundo. Isso prova que o objeto perdido é de suma importância para a sua travessia, praticamente o barco que iria percorrer o caminho rumo ao destino esperado.
Falamos e concordamos com a chave, podemos aplicar isso para outras escalas?
Podemos né? Que tal relacionamentos amorosos?
Não! Muito fácil. Identificação na certa, entretanto, o proposto pelo post não é pega-los na primeira esquina.
É fazer pensar.
Pensar nessa substituição que sempre queremos fazer, o tal deslocamento libidinal do objeto de amor. Metaforizando, jogar fora o motor do barco e pegar o remo, quebrado. O problema não é porque pegamos o remo, pois o remo sempre está à disposição, o problema está quando olhamos para um lado, achamos um remo, olhamos para o outro. Remo. Quando não olhamos, é porque já estamos com o remo na mão. Está é a terceira chave do problema, a insistência de ficar surpreso/assustado quando nos deparamos com o remo na mão. Quebrado. Afinal de contas, somos sempre nós os vândalos que quebramos os remos, e como não somos tão inocentes e puros assim, sabemos que todo o vandalismo tem seu prazer e com isso vamos praticando, mas em coisas sem utilidade, como por exemplo: um remo.
Chegar à ilha da plenitude, rápido? Nem morto.
E o que faremos agora? Vamos quebrar tudo!
Olha achei um remo.
