21.4.09

:: Casa de Areia ::

Para muito esse feriado de Tiradentes foi uma excelente oportunidade para viajar, outros usaram para festar, outros descansaram e há aqueles que ficaram em casa sem fazer muita coisa, como eu!
A falta de grana foi, um, dos bons motivos que me levar até a locadora. Lá descobri uma promoção ótima para quem tinha pouco dinheiro na carteira e muita disposição para ficar deitado no sofá assistindo filmes. Cinco catálogos, sete dias, dez reais. Era tudo o que eu precisava, só faltando uma coca-cola bem gelada, o que foi muito fácil providenciar.
Promoções nos acervos são ótimas, para todos, tanto para o dono que fatura encima deles, quando para aqueles que gostam de assistir filmes “antigos”, pois acervo é aquilo que não é mais novidade, o que não significa que se perde a qualidade. Fuçar nos acervos, nos faz assistir filmes que ficaram na promessa, rever um bom filme do passado ou filmes que ouvimos falar, mas nos escapou o nome do filme, mas é um filme com a Cameron Diaz ou seria com a Julia Roberts?
Não tenho muito costume de indicar ou falar de filmes aqui no blog, mas hoje estou abrindo uma exceção. Quero falar do filme que acabei de assistir. Casa de Areia. Já tinha ouvindo falar dele, mas pouco, o que é uma pena.
Lançado em 2005, este filme nacional, trás um elenco excelente: Fernanda Montenegro, Fernanda Torres, Stênio Garcia, Seu Jorge (primeiro filme que vi atuando) e mais uma galerinha que esqueci o nome.
A história começa em 1910, quando Áurea (Fernanda Torres) começa a sua saga. Casada com um português que comprou terras, até então imaginariamente prósperas, e decidem viver neste local. Ao chegar às terras com sua caravana de burros se deparam com um grande areal. Áurea, que morava na cidade, decide voltar, mas seu marido a obriga a ficar. Grávida e com sua mãe Dona Maria (Fernanda Montenegro) a tira colo, sendo esta a única companhia feminina, ela (s) apenas cumprem as ordens do marido. Inconformada com o seu destino ela faz de tudo para encontrar uma saída, mas pouco a pouco, tempo em tempo a estabilidade da vida começa a aparecer contrastando com a instabilidade do terreno onde fica a casa, que está sendo engolida pela areia. Os pontos altos do filme são as metáforas, as passagens do tempo, fotografia, figurino. Pontos para o cinema nacional.
Uma excelente indicação para quem está cansado de BOPE, favelas, comédias globais. Infelizmente o sertão continua sendo sede de histórias cinematográficas brasileiras, mas estamos no caminho certo.
Premiações: Ganhou 3 prêmios no Grande Prêmio Cinema Brasil, nas categorias de melhor figurino, melhor maquiagem e melhor direção de arte. Recebeu ainda outras 9 indicações, nas categorias de melhor filme, melhor diretor, melhor atriz (Fernanda Montenegro e Fernanda Torres), melhor ator coadjuvante (Emiliano Queiroz), melhor roteiro original, roteiro original, melhor edição, melhor fotografia e melhor som. Ganhou o Prêmio ACIE de Cinema de melhor fotografia.