15.7.07

::Eu aceito::



Quem inventou o amor?
Me explica por favor
Enquanto a vida vai e vem
Você procura achar alguém
Que um dia possa lhe dizer
-Quero ficar só com você


Depois das seis, música do Renato Russo, ele está mais do que certo em ficar questionando e musicalizar aquilo que todos, que tem no peito um coração inquieto, pensam. Jogue a primeira pedra aqueles que nunca pensaram no final feliz permeados pelo amor eterno. Quando pensamos em relacionamentos amorosos, certamente pensamos em duas pessoas, que juntas construíram os seus relacionamentos pautados no amor, carinho, afeto, confiança mutua. Muitas vezes somos enganados pelo altruísmo, que a meu ver não existe, altruísmo esse que nos fazem ceder algumas coisas em pró de um relacionamento mais longo. Numa conversa a base de café, cigarro e balas estava conversando com uma amiga que apresenta o seguinte questionamento: Nos relacionamentos, não importa o quanto se ama a pessoa. O que importa é se você concorda ou não com as condições impostas pelo o outro. E claro, vice e versa. A meu ver, uma ótima dedução. Não tinha como reargumentar. É isso e fim de história, ou você concorda com o imposto ou fica chupando o dedo. O imposto não é necessariamente direto, muitas vezes sedemos, assim como foi citado anteriormente, em pró de um relacionamento mais duradouro.Inicia-se o relacionamento com um beijo, ou até antes, com aqueles olhares que fazem tremer as pernas, o interesse toma conta e tudo se inicia num grande acordo verbal e não verbal, gestual e não gestual.Quando ficamos com alguém, automaticamente achamos aquilo que não gostaríamos de achar. Achar no sentido de encontrar, ou melhor, descobrir, seguidos de um pensamento no estilo de “puts você gosta de chuchu?”. Tão automático quando esses pensamentos, semi-semi-reprovativos vem outro para abafar “bom não será os chuchus que (meu “amor”) come que irá fazer alguma diferença”. Ao longo, você aceita ou não aceita o fato de que os chuchus estão tão presentes na vida dela ou dele, quanto os cigarros estão na minha. É tudo uma questão de aceitabilidade, não é a toa que no altar só se concretiza o casamento quando é falado em alto e bom som “eu aceito”. Esse eu aceito está representando tudo o que você passou ao longo das ficadas, do namoro, do noivado e que você sabe que irá continuar ao longo da vida a dois, afinal de contas está aceitando. Eu aceito, significa, eu aceito os chuchus, os pijamas furados, a mania de arrotar na mesa, de palitar os dentes pós almoço sentando no sofá vendo o jornal, de sugar a sopa com barulhinho, de peidar embaixo da coberta, das calcinhas molhadas no banheiro, dos enormes e incontávies fios de cabelos espalhados pela casa, da garrafa d’agua vazia na geladeira, enfim. Entretanto tudo isso é depois de um bom tempo. Para chegar nisso você faz e você passa por uma prova de aceitação do outro. Essa seletiva não leva em consideração se você é legal ou não, se vocês combinam ou não, se é assim que você quer viver ou não.
A seletiva é pautada por uma questão norteadora: Você tem/faz aquilo que eu preciso? ( ) Sim ou ( ) Não
Se a resposta for sim, prepare-se as suas qualidades serão vistas.
Se a resposta for não, prepare-se suas qualidades serão questionadas. Mas por você.