
Se existe uma coisa que me deixa muito irritado e consequentemente chato, é o misto de sentimentos que envolvem esse corpo. Antes de tudo vale ressaltar que esse post não tem por objetivo falar sobre os sentimentos ambivalentes crônicos, mas sim dos sentimentos ambivalentes agudos. Diferenciando, os sentimentos crônicos são aqueles que acordam conosco, tomam café da manhã, vão para a faculdade/trabalho, aqueles que nos acompanham para cima e para baixo ao longo do dia sempre perguntando o que vamos fazer daqui para frente, casar ou comprar uma bicicleta? Já os sentimentos agudos são aqueles que cruzam o nosso caminho. Acordamos, damos bom dia para o crônico, tomamos banho e começamos a ouvir uma música alegre tocando na rádio, seguimos o dia tranquilamente, até que percebemos que calor está ultrapassando o grau de tolerância. Antes de tudo vire uma grande palhaçada Murphyniana automaticamente criamos estratégias para conseguir sobreviver pelo menos até o meio dia. O sentimento de bem estar que a música alegre proporcionou pela manhã mistura com o sentimento de mal estar que o calor está proporcionando, resulta no sentimento agudo. Desse ponto em diante, não sabemos mais o que queremos da vida, tudo se torna sofrido, entediante e inalcançável, ou seja, qualquer decisão é uma grande crise existencial. Torna-se o: é, mas não é, quero, mas não quero, tenho, mas não tenho. Esse ponto que separar o idealizado do inatingível em coisas corriqueiras da vida é simplesmente chato ao ponto de ser insuportável. Tão insuportável que a manifestação do sintoma agudo é vontade de gritar estando dentro da biblioteca.
